domingo, 12 de outubro de 2014

Cinemandoadois #3: Garota Exemplar (Gone Girl)

David Fincher mostra porque tem muita chance de concorrer ao Oscar 2015


Que David Fincher é um gênio do cinema moderno, ninguém há de duvidar, o renomado diretor que leva em seu currículo filmes como O Curioso Caso de Benjamin Button (2008), A Rede Social (2010), Seven (1995), e o já clássico Clube da Luta (1999), dispensa apresentações, mas é com o seu mais recente longa que o mundo aposta que existem reais chances dele ser premiado como Melhor Diretor e sonhar com o prmio de Melhor Filme do ano.

Garota Exemplar (Gone Girl), que estreou este final de semana nos cinemas do país, é uma aula de como filmes ainda podem te surpreender, ainda mais no caso de como eu, que não tinha lido o livro homônimo de Gillian Flynn, e não fazia ideia do que a historia se referia, se você se encaixa nesta categoria também, corra aos cinemas que vale muito a pena. Logo de cara somos apresentados a Nick (Ben Affleck) e Amy (Rosamund Pike), e o filme tem inicio no desaparecimento de Amy, que sem deixar pistas some levando seu marido Nick a ser o principal suspeito de um possível homicídio.



No início do longa Affleck da vida a um personagem apático, quase caricato, confundindo o espectador que vai se convencendo de cada armadilha que Fincher faz para nos guiar no que espera que seja deduzido de toda a verdade da trama. Nick aparenta ser um cara fraco que está preso na imagem de um casamento perfeito com uma mulher que teve a infância surrupiada pelos pais que a transforam em um personagem de sucesso literário quando criança, a Amy Exemplar. Com o passar dos anos e crises no casamento, de divergência de opinião a problemas financeiros, vão afastando o casal, até tornar a relação sombria e um fardo, para ambos. 



Evitando de contar toda a história, e mais uma vez afirmado que o filme é um dos melhores do ano, vem a reviravolta que Fincher armou para nós, quando estamos todos convencidos que Nick tem culpa no desaparecimento de sua esposa, a veia da anti heroína pulsa para fora, e percebemos que Nick ao invés de ser o bandido talvez seja a vitima da história toda. Mas não se engane, o personagem tem uma frase celebre dessas já prontas pra virar camiseta na coleção seguinte, ao afirmar "Não é porque não sou assassino, que eu seja um cara bom".

E isso é o grande segredo da trama, repleto de reviravoltas mostra com uma força incrível, como a mídia e a opinião pública podem ser facilmente manipuladas e questionados de sua veracidade, da mesma forma as relações e os casamentos, os personagens tem entre eles uma reciprocidade que cria a sensação de que o comportamento inadequado de ambos é lugar comum entre eles, por isso é difícil entender se existe um certo ou errado, pois Fincher tenta ao máximo testar a teoria de que em um relacionamento o casal acaba virando a mesma pessoa.


O roteiro surpreende, o ritmo do filme é alucinante e atuações premiadas de Affleck e Pike nos dão convicção de que deve sair alguma estatueta em breve, seja pelas viradas surpreendentes, que até então eram incertas, pois muito foi dito se Fincher iria alterar muito o roteiro, ou seja pela produção impecável do longa é certo que temos um filme forte que merece ser visto. Com duras criticas a cobertura excessiva da mídia que é movimentada por tragedias, e até da formação de caráter e desconstrução de um homem o filme afirma mais uma vez como as mulheres lutam até hoje para se posicionar em um mundo machista em sua essência.

Nota de avaliação: 8,5

Gone Girl 
EUA , 2014 - 149 minutos 
Suspense

Direção: 
David Fincher

Roteiro: 
Gillian Flynn

Elenco: 
Ben Affleck, Rosamund Pike, Kim Dickens, Carrie Coon, Patrick Fugit, Neil Patrick Harris, Emily Ratajkowski, David Clennon, Lisa Banes, Tyler Perry, Missi Pyle, Casey Wilson

Trailer:


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